O Fitness no Mundo Pós Pandémico

O Fitness no Mundo Pós Pandémico

O comportamento do consumidor mudou claramente nestes 2 anos com a pandemia e as pessoas estão ansiosas por voltar a ter conexões e interacções sociais. O exercício físico provou ser uma maneira de conseguir ter essa ligação seja ao vivo ou em ambiente de live streaming.

Com 75% dos desportistas regulares a fazer pelo menos uma actividade de fitness como parte do seu plano de treino, não é de estranhar que encontrar agora equipamentos de fitness online tem sido cada vez mais difícil uma vez que, com o fecho dos ginásios, as pessoas tiveram de trazer o fitness para dentro das suas casas de uma forma muito mais generalizada do que o que era antes a realidade do home fitness.

A pandemia fez também com que o consumidor começasse a priorizar não só a sua saúde física, mas também a sua saúde mental com 50% dos consumidores a focar-se mais no seu bem-estar em 2021 e, como consequência, tem-se visto a tendência um pouco por todo o mundo, do aumento da actividade física praticada pelos membros dos ginásios face aos números pré-covid. O uso de aplicações de meditação mindfulness disparou no último ano, sugerindo também que as pessoas queriam mais do que apenas manter a forma física.

Contudo, os operadores não devem presumir que as aplicações conquistaram o mercado: há um vasto leque de pessoas que precisa de ajuda para lidar com o estresse, dormir, gerir o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a adoptar estilos de vida mais saudáveis.

É esperado que no futuro vejamos mais operadores a integrar o mindfulness nas suas ofertas, através de aulas de meditação ou integrando-o nos exercícios em grupo.

Ao levar os ginásios para o digital os ginásios conseguiram chegam a grupos que tipicamente não os frequentam. Há uma nova franja no mercado do fitness (27%) que é completamente iniciante. O lock down veio trazer uma abertura nas opções para as pessoas ficarem activas em casa.

E apesar das pessoas procurarem ter novamente as ligações a nível pessoal, depois de meses de isolamento para que se possam sentir parte de uma comunidade, 67% dos iniciantes prefere treinar sozinho, o que sugere qua há uma barreira na confiança que precisa ser ultrapassada para se sentirem confortáveis, por isso, ajudá-los a construir as suas competências no fitness e de confiança em casa antes de os trazer para o clube, assim como ter um programa de onboarding pode ser interessante.

Há assim uma oportunidade para os operadores que conseguirem apelar a este grupo e entender as suas barreiras. Os instrutores e staff têm um papel crucial a que se sintam bem-vindos e a ajudarem-nos a encontrarem a sua motivação intrínseca que será a chave para a sua adesão a longo termo.

De uma forma geral, 30% dos consumidores diz que “uma boa atmosfera” é um factor chave ao escolher um ginásio, e 59% diz que o stafff é igualmente importante. Por isso é importante ter instrutores de excelência, pois são eles as pessoas com quem os seus membros se identificam e envolvem. Eles podem ser cruciais para o ganho e manutenção de membros, além da sua contribuição para o marketing e o acolhimento aos novos membros.

Contudo, a razão principal pela qual as pessoas mais se juntam aos clubes é porque precisam de motivação para que os seus hábitos de treino se mantenham.

A falta de motivação tem sido a maior barreira mencionada para os consumidores treinarem mais. Pesquisas mostram que ter objetivos intrínsecos ajuda os membros a permanecer mais tempo nos ginásios e a se exercitar mais frequentemente.

No entanto 80% dos membros planeia continuar a usar o treino digital após a pandemia, por causa da conveniência e facilidade na manutenção de um estilo de vida mais activo.

Assim o sucesso de um ginásio terá obrigatoriamente por passar por manter as duas opções, sendo a oferta digital a porta de entrada para se ganhar novos membros e construir a marca, e depois então converter os membros digitais a tornarem-se membros físicos.

Para isso as aulas online têm de ser de qualidade, divertidas, motivadoras e conseguirem resultados. As duas serão complementares, onde deverá oferecer versões digitais dos treinos que os membros gostam de fazer no clube, e oferecer melhores versões ao vivo dos treinos dados no digital para que os membros queiram vir ao ginásio e sentir uma experiência mais completa, pois apesar de tudo, 2x mais dos membros acham as versões das aulas ao vivo mais apelativas que em livestream.

Começaram também a surgir novos players no mercado: os hotéis e algumas unidades ligadas à saúde começaram a investir também mais na área de exercício físico.

Com uma queda de 74% no turismo devido ao COVID-19, o sector hoteleiro respondeu aumentando o marketing para atrair as pessoas locais e a concentrarem-se no sector da saúde e bem-estar. Além dos spas e serviços associados que muitos hotéis já ofereciam, alguns hotéis estão a transformar-se em clubes privados de membros, competindo com os ginásios das áreas urbanas. Também uma tendência que se verificou em hotéis de gama alta foi a de incorporar equipamentos de fitness em quartos de hotéis, fazendo deste espaço altamente conveniente, seguro e privado.

Este sentimento de segurança em espaços mais pequenos é traduzido pelos 58% dos consumidores que expressam sentirem-se mais confortáveis ​nos estúdios de fitness boutique, em oposição a apenas 25% que se sentem confortáveis ​​a voltar para as instalações desportivas de maior dimensão.

Os ginásios podem assim considerar maneiras de criar uma experiência mais íntima para os membros.

É preciso os ginásios continuar a reinventar-se até 2021 e 2022 para uma recuperação com sucesso.

O Manifesto Setorial EuropeActive Horizon 2025 estabelece quatro prioridades principais: trabalhar com o sector da saúde, abraçar o mundo digital, aumentar a comunidade e elevar os padrões. Todos os operadores que adotarem estas directrizes na sua missão e visão irão mais longe.

O futuro é “figital”: fusão entre físico e digital trazendo o melhor das duas experiências para o consumidor. Um omni-canal, híbrido, de ecossistema, e disruptor de mundos, onde o consumidor hoje, digitalmente nómada, leva consigo as marcas de que gosta nos seus bolsos.

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