O impacto do Covid_19 contrariou a tendência crescente que o mercado do fitness apresentou nos últimos 3 anos, 2020, 2019 e 2018 (Pedragosa & Cardadeiro, 2021; 2020; 2019). Realizando uma comparação entre os dois últimos anos consecutivos, 2020 e 2019, verificou-se que o número de clubes decresceu 27% (1100 clubes em 2019 para 800 clubes em 2020), o número de praticantes decresceu 29% (688 210 praticantes em 2019 para 491 355 praticantes em 2020), o volume de faturação decresceu 42% (289 371 mil euros em 2019 para 167 408 mil euros em 2020), o número de trabalhadores (instrutores e staff) decresceu 15% (20 012 em 2019 para 16 952 em 2020) e a taxa de penetração no mercado, para 10,3 milhões de habitantes, decresceu 1.9 pontos percentuais (6.7% de 2019 para 4.8% em 2020). Para além da análise dos parâmetros mencionados, verificou-se que o preço médio da mensalidade (incluindo IVA à taxa em vigor) e as taxas de retenção também foram fortemente afetadas pelo impacto da pandemia. O parâmetro preço decresceu 20% (37,71 euros em 2019 para 30,25 euros em 2020). No entanto, deveremos salientar que desde 2018 existe uma tendência de decréscimo do preço, ano em que atingiu o valor máximo de 39,96 euros. Relativamente, à taxa de retenção do setor em geral, contrariamente ao preço, desde 2018 que apresentou resultados de melhoria (2018 35%; 2019 40% de retenção dos sócios-membros, ou seja, em cada 100 sócios-membros 40 ficavam no clube ao longo de todo o ano). Em 2020 a taxa de retenção foi de 2%, ou seja, em cada 100 sócios-membros dois ficaram no clube, não cancelando...
A formação académica e profissional tem vindo a ser cada vez mais valorizada caraterizando a evolução das sociedades. As necessidades das pessoas e das organizações no que concerne às competências de gestão pessoal, operacional e estratégica, para responder às exigências correntes das organizações e antever ciclos de oscilações futuras estratégicas, faz com que cada vez mais a aposta seja obrigatoriamente no sentido da formação. Sem a formação adequada as pessoas dificilmente criam valor para as organizações e estas para o mercado. Sem a formação adequada as organizações sofrem de entropia, sistemas fechados, onde não estabelecem relações de troca com os stakeholders (clientes, fornecedores, estado, etc.) tornando-se ineficientes, fracas, inadaptadas, sem fator concorrencial acabando por “morrer” saindo do mercado. No seguimento, têm vindo a surgir no mercado uma vasta oferta formativa conferente de grau académico (licenciaturas, mestrados e doutoramentos) e não conferente de grau académico (especializações e pós-graduações). A indústria do fitness não é exceção, muito pelo contrário, é um setor em forte expansão estratégica e que a obrigatoriedade da formação base e contínua é um dos alicerces que motivou a forte regulamentação do setor. Focando-nos nas organizações de fitness, que para além das necessidades técnicas (instrutor, director técnico, professor de natação, etc.), têm necessidades de gestão de acordo com as leis de mercado e livre-concorrência, têm de ser geridas por pessoas e com pessoas com formação que extravasa e / ou complementa as competências técnicas dos profissionais de fitness. As organizações de fitness, que vão desde a mais pequena (por exemplo, 100 sócios) à maior (por exemplo, mais de 10 000 sócios), que vão desde o conceito mais tradicional...