“A consciência limpa serve de travesseiro macio.” (Dalai Lama)
Ser uma empresa de responsabilidade social não deve estar relacionado com um específico setor empresarial, à dimensão do negócio que o envolve ou a uma definida localização da empresa. Antes a uma interessada integração na comunidade, com uma ativa cultura de solidariedade, marcando um interventivo posicionamento no mercado local. Se o nosso reconhecimento é conquistado pela qualidade de serviços e produtos junto de quem em nós confiou, também não devemos esquecer de outros, menos favorecidos, que nos rodeiam no nosso labor diário.
Neste setor o tema de responsabilidade social não tem sido muito debatido nos múltiplos eventos organizados. Focando liderança, trabalho de equipa e motivação como traves mestras para marcar a diferença, não se tem valorizado para um negócio mais sustentado a cooperação com outras entidades ou organizações que prestam serviços relevantes à comunidade local.
Integrados num setor de serviços por excelência são os colaboradores que assumem uma grande relevância na divulgação da cultura do clube junto aos clientes. Quanto mais assumido o relacionamento interpessoal, como base de aglutinar todos os envolvidos no negócio, melhor se perceberá a importância da sua participação em projetos sociais. Para que tal aconteça, o clube deve integrar-se gradualmente na comunidade desejando afirmar-se como uma referência na zona onde desenvolve a sua atividade. Procurando parcerias com a Junta de Freguesia da localidade, empresas fornecedoras de produtos/serviços e contando com o apoio dos profissionais deve projetar o seu Plano Anual de Ação tendo como elemento orientador o Código de Conduta do Voluntário.
Através de uma atitude aberta, dentro e fora das instalações, um clube com espírito de missão desenvolverá ações, eventos e campanhas assumindo permanentemente compromissos com entidades e organizações. Podemos realçar o Dia da Comunidade na reabilitação de locais de possível intervenção assim como o Natal Solidário com campanhas angariando roupas, brinquedos, livros e alimentos. Ou por exemplo, que 5% dos montantes gastos nas máquinas de vending revertam em litros de leite e quilos de fruta para organizações de apoio social na sua área de funcionamento. O isolamento de quem mais precisa poderá ser atenuado com visitas programadas dos nossos colaboradores a escolas de ensino especial, lares sociais e outras entidades de solidariedade. Realçando a importância no apoio desportivo/social dos clubes à comunidade de quem, sem subsídios estatais e não reconhecimento pela sua ação com aplicação de um IVA desajustado ao contributo de viver mais e melhor, não esquecem a sua missão de, cuidando de uns, pensam também nos outros que necessitam de nós. Incluir postos de trabalho para profissionais portadores de deficiência com qualificação para o desempenho de funções no clube deverá permitir a outros potenciais colaboradores, embora com tarefas menos técnicas, dar-lhes uma oportunidade de serem úteis no mercado de trabalho.
Neste chamar de atenção para as desigualdades no tratamento a cidadãos carenciados, inclusão de jovens no desemprego e enquadramento de pessoas portadoras de deficiência pretende-se agregar esforços e vontades de quem trabalha e frequenta os nossos clubes para um Portugal mais solidário.
Que a nossa felicidade no saber cuidar de nós, e estar em boa condição física, beneficie também os outros que necessitam de ser apoiados!