Que futuro para o treino personalizado? Por Hugo Moniz.

No decorrer do desenvolvimento do mercado de Fitness, novas oportunidades surgem, algumas ideais morrem e outras mantêm-se.

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É no decorrer da afirmação da indústria e da readaptação da mesma que se começam a destacar e a prevalecer os melhores. Está aí a época de uma nova geração de talento, super capaz, com informação muito mais fidedigna e apoiada por seguidores – alunos – cada vez mais atentos e exigentes.
O “Personal Trainer” não morreu, bem pelo contrário, ganha cada vez mais força. Mas é aqui que alguns se destacam e outros nem por isso.

Ser Personal Trainer é muito mais do que, adquirir competências e ter boa imagem. É saber do psicofísico, lidar e gerir pessoas, gerir o próprio negócio, dar valor ao serviço, comunicar e ainda sobrar tempo uma vida pessoal que se tem de viver. Uma profissão nobre que claramente não é para quem quer.

Na lógica da competência técnica, o “saber” e  as “experiências” dominam mas os conhecimentos técnicos, sempre foram fundamentais. No meu entender existem 3 conhecimentos chaves: -biomecânica, – fisiologia muscular, – a fisiologia articular.

A biomecânica, nomeadamente a biomecânica qualitativa, é o estudo do movimento e das forças que atuam em organismos vivos, através de um julgamento observacional providenciando uma intervenção mais apropriada na melhoria da performance.
Esses movimentos são o resultado das forças externas (consideramos uma resistência sempre que um peso entra em contacto com um corpo) e forças internas (músculos) sobre um eixo (uma articulação).
O profissional de exercício e saúde tem que ter uma visão “Raio X”,  em vez de ver o exercício como uma “pele” que serve para todos. Com este conhecimento chegamos muito mais fundo, intervindo positivamente e conscientemente na saúde dos clientes.

Por isso nunca se pode ignorar que a estrutura pré-determina a função, que as acções musculares provocam tensões sobre as alavancas ósseas e que os perfis de forças que o nosso corpo consegue tolerar e resistir são factos que não podem ser ignorados.
Será que os exercício prescritos estão devidamente adaptados aos alunos que temos pela frente?

É por esta razão que acredito que se não existe um domínio mínimo destas três áreas não existe noção nem consciência do que se está a passar ou a prescrever nos exercício, tais como um Squat, Dead Lift, Pull Ups e todos os outros nomes técnicos que poderíamos aqui escrever.

Quero com isto reflectir e alertar para a capacidade de diferenciação do mercado, nomeadamente procurar e estar atento a estas três áreas, porque não passam de moda nem vão desaparecer.

 

Hugo Moniz é advisor na All United Sports, licenciado em Educação Física e Desporto pelo ULHT, Mestrado em Gestão Empresarial pelo ISCTE e fundador da EXS Exercise School.
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