Por uma Melhor Força, por Hugo Moniz

Como profissional de Exercício, vejo uma clara necessidade de melhor promover a importância do treino de força na vida das pessoas e na sociedade dos dias de hoje.

FD4891D4-CD24-495B-B2AA-B11CD91DFEE9Não me estarei a equivocar se considerar que os profissionais de exercício e saúde necessitam de se especializar mais no tema Força e nos respectivos mecanismos de melhoria da capacidade contráctil do músculo. Por isso também vejo uma clara oportunidade de mercado para a criação de centros de treino exclusivos em treino de força, com padrões de qualidade elevados. Visando uma melhoria do sistema neuro-musculo-articular, no que diz respeito à Força e Mobilidade, e consequentemente da saúde.

Como Personal Trainer sinto que existe cada vez mais o desafio em criar as melhores condições de trabalho, para que consigamos apropriar cada estímulo e respectivas condições de treino, na tentativa de tornar mais fortes e melhor adaptados os nossos clientes. Relembro que na evolução da espécie “Os que sobrevivem não são os mais fortes nem os mais rápidos, são sim os que se melhor adaptam e muitas vezes de forma paciente” (Charles Darwin). Por isso quanto mais saudável for essa adaptação mais longevidade e melhores condições de sobrevivência criamos aos nossos clientes.

Por esta razão destaco, uma vez mais, quatro áreas de estudo imprescindíveis para o desenvolvimento futuro da profissão de Personal Trainer:

A Biomecânica do Exercício.

De que forma podemos manipular e adaptar as resistências aplicadas a um corpo, respeitando efectivamente as características do indivíduo? Porque razão escolhemos uma máquina guiada, um cabo, um peso livre ou um elástico? Estas decisões não podem ser aleatórias, pois estas situações podem aparentemente ser idênticas mas, no entanto, o seu estímulo provoca efectivamente respostas bem distintas.

A Fisiologia Articular.

Para o melhor entendimento dos limites de um corpo, questões importantes como estas têm de se levantar: quais os limites articulares? como e de que forma se relacionam as articulações com a sua função? qual o seu desenho estrutural? que estruturas existem para nos proteger quando a primeira barreira muscular já não se encontra disponível? E, tudo isto, na Coluna, Ombro, Anca, Joelho, Cotovelo e Tornozelo deveriam ser de conhecimento obrigatório.

A Fisiologia Muscular.

Se estamos a manipular forças, em planos e eixos articulares, temos que conhecer onde estão as linhas de força internas que melhor irão responder á resistência. Ou seja, conhecer, por dentro, a capacidade agonista de cada grupo muscular.

O Sistema Nervoso.

Que nos regula e “orquestra” todo um sistema músculo-articular altamente complexo de biliões de informações neurais, que vão sendo registadas e identificadas pela perda de mobilidade, controlo e tolerância dos tecidos biológicos.

hugo_monizQuanto melhor os profissionais conseguirem entender o que se passa dentro de um corpo, melhores decisões conseguirão tomar. Assim, melhor será promovido o tão badalado exercício. Tornando-o assim cada vez mais acessível, pela sua precisão, eficácia, eficiência e segurança.

Os clientes necessitam de uma melhor educação e de um melhor entendimento sobre a importância do treino de Força no seu dia-a-dia. Mas somente conseguiremos passar essa essência e importância quando efectivamente começarmos a utilizar uma linguagem mais coerente, respeitada e credível sobre treino de Força. Não podemos cair na simplicidade, temos de realmente demonstrar, junto da nossa sociedade, o nosso verdadeiro grau de importância para uma saúde efectivamente mais forte. No entanto esta diferenciação só poderá acontecer se estiver relacionada com uma genuína preocupação para com a saúde dos clientes.

O conhecimento, não deve estar condicionado por marcas comerciais ou tendências de mercado, apenas devemos respeitar e conhecer as características do corpo – a “norma” – perceber que leis actuam sobre este (leis da física, que estamos sujeitos no nosso planeta Terra), e respeitar igualmente um sistema nervoso, sistema esse que regula o nosso complexo estrutural, muscular, hormonal e muito mais…

Em todo e qualquer exercício o Treinador tem que ter em consideração o perfil de resistência, as estruturas e limites articulares envolvidos na execução desse mesmo exercício, quais os músculos com melhor mecânica e preponderância para se oporem a tal demanda, e como está o nível de controlo activo do movimento durante a sua execução. Este será um bom resumo para a evolução da intervenção de um Personal Trainer no futuro.

 

Hugo Moniz é Mestre em Gestão Empresarial pelo INDEG – BUSINESS SCHOOL, Licenciado em Educação Física e Desporto pela ULHT, Personal Trainer, Formador EXS e Founder & CEO EXS Exercise School
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