Qual o impacto do COVID-19 no Fitness em 2020?

Qual o impacto do COVID-19 no Fitness em 2020?

A pandemia que está a criar o pânico na sociedade e nos mercados, identificada pela primeira vez em Dezembro de 2019 num mercado na cidade de Wuhan, na província Chinesa de Hubei, chegou em força à Europa durante o mês de Fevereiro colocando em causa de forma transversal todos os negócios e economias.

O Fitness não é excepção e por isso é importante percebermos como vai esta pandemia afectar a saúde dos nossos ginásios. Qual o impacto do COVID-19 em toda a indústria do Fitness em Portugal? É esta a questão que queremos responder.

Com o intuito de contribuir para o entendimento de como os ginásios terão que reestruturar os seus objectivos, planeamento e orçamentação para 2020, estudámos o possível impacto que o COVID-19 terá na indústria do fitness em Portugal, com uma análise temporal e financeira de como poderão ser os meses até final deste ano.

Pretendemos que com esta análise os clubes consigam reestruturar a sua orçamentação anual, redefinindo objectivos de volume de negócios e adaptando custos de forma a garantir liquidez até à reabertura e iniciar a recuperação até final do ano, identificando o que mudou na forma de prestar o serviço depois da pandemia. O objectivo é ajuda-lo a tomar as acções necessárias que permitam a sobrevivência do seu negócio quando tudo isto fizer parte do passado.

Dividimos em dois grupos a análise do impacto do COVID-19 nos ginásios portugueses:
A) As 4 fases temporais do impacto
B) O impacto no volume de negócios anual

A) As 4 Fases Temporais do Impacto do COVID-19
Identificamos 4 fases distintas na nossa área de negócio:

  • Fase 1: Redução da frequência
  • Fase 2: Isolamento social
  • Fase 3: Regresso
  • Fase 4: Continuidade

Fase 1: Redução da frequência
Fase onde existiu uma redução acentuada da frequência nos ginásios. Apesar de todos os cuidados de higiene e limpeza criada pelos espaços de fitness, o cenário de pandemia criou um medo extremo no consumidor e os ginásios sentiram-no.  Por livre vontade do mercado, a grande maioria dos ginásios suspendeu as suas actividades, numa missiva de responsabilidade social e muita coragem. Uma atitude apoiada pela AGAP – Portugal Activo, através da sua comunicação enviado a 13 de Março https://www.portugalactivo.pt/noticias/comunicado-encerramento-dos-clubes.

Fase 2: Isolamento social
A fase actual, as redes sociais estão inundadas de missivas de, #ficaemcasa #Stayhome, o país está com serviços mínimos e o desafio do negócio do fitness é tremendo nesta fase. Os clientes estão isolados em casa (e bem) os técnicos de exercício físico e os “influencers”, estão a inundar as plataformas com treinos e dicas para as pessoas não pararem e serem activas fisicamente. A base da ideia é boa, no entanto o cenário não é monetizado, na grande maioria dos casos. O desafio é sobreviver nesta fase e tornar os treinos em casa uma fonte de rendimento, mas a máquina para o fazer tem de estar muito bem montada, a escolha da plataforma é essencial, a qualidade da imagem também é muito importante e o acompanhamento é o formato que pode marcar toda a diferença. Esta é a fase em que o foco deverá ser, acrescentar valor ao cliente, e fazê-lo perceber que apesar de ausentes fisicamente, os ginásios estão presentes e preocupam-se e querem que os seus sócios continuem vinculado às marcas, nem que seja emocionalmente.

Fase 3: Regresso
A próxima fase, onde o emprenho de fazer regressar o cliente às rotinas normais é essencial, perder o mínimo possível de sócios activos e realizar um esforço para que tudo volte a ser o que era. Mas não será este um pensamento um pouco romântico e irreal, “voltar tudo a ser como era”? Sim, talvez, porque o COVID-19 criou impacto, em tudo, e também na forma como consumimos e vemos o fitness. Depois da loucura das redes sociais onde todos os treinos estão lá presentes, porque é que os clientes querem voltar? Porque não passam a querer receber esse mesmo conteúdo depois deste período? Devem querer voltar para o ginásio, porque o ambiente de treino, a comunidade, a relação, não é substituída por nada. Na base estamos num negócio de pessoas, com pessoas, para pessoas. Se formos, ou fomos, fortes nos pontos indicados atrás, ou seja, na relação, o “normal” será mais fácil de alcançar.

Fase 4: Continuidade
E agora… Tudo continua igual? Não claro que não, o conceito mudou, a presença do fitness ganhou outra dimensão e compete a cada negócio avaliar o que ficou da fase 2 e o que será passível de manter activo, de forma a entrar para dentro da casa das pessoas. Sem dúvida que esta pandemia trouxe algo novo e uma dessas novidades, foi o maior alcance e visibilidade do fitness.

B) O impacto do COVID-19 no volume de negócios anual

A análise que a All United Sports fez do impacto que o COVID-19 terá na indústria do fitness portuguesa em 2020 prevê uma queda acima dos 40% no Volume de Negócios anual, correspondentes a uma redução na facturação superior a 100 milhões de euros.

Levando em consideração que o pico da pandemia atingirá Portugal no dia 14 de Abril, tendo algumas previsões apontado para números próximos dos 40 mil casos nessa altura, prevemos que os clubes apenas voltem à actividade na segunda quinzena do mês de Junho, perdendo praticamente a totalidade da receita de Abril e Maio (alguns clubes encontraram estratégias para cobrar um valor mesmo que por vezes residual),  mas conseguindo facturar em Junho já valores entre os 35% e os 45% da facturação inicialmente prevista para o mês.

É também importante levar em consideração a possível perca de poder de compra das famílias e o aumento do desemprego a quando da retoma da normalidade social, que poderá resultar num impacto ainda mais negativo na recuperação dos clubes.

Grafico Covid-19 Fitness Portugal

Mesmo assim, na nossa análise, caso os pressupostos referidos anteriormente se confirmem, a receita mensal dos clubes em Dezembro de 2020 estará entre 11% a 16% abaixo do previsto antes do impacto da pandemia para o referido mês. Isto leva-nos para valores de facturação mensal para Dezembro próximos dos registados em Dezembro de 2013.

Em jeito de conclusão, é fundamental conseguir agora perceber de uma forma clara a saúde financeira do negócio, encontrando estratégias para manter a sua liquidez, reduzindo custos sem colocar em causa a reabertura do clube, sempre estando atento ao que de diferente poderá surgir com este momento único da vida do nosso negócio e das nossas próprias vidas.

Estamos aqui para si! Contacte-nos.
A All United Sports está a disponibilizar toda a sua estrutura de conhecimento, análise e gestão de crise a toda a industria do fitness. Caso necessite algum tipo de apoio, análise ou planeamento no processo minimização do impacto do COVID-19 no seu ginásio, não hesite em contactar-nos:

 

 Ivo Gomes é Co-Founder e CMO na All United Sports, com formação executiva em Marketing e Vendas, Mestrado Executivo em Marketing Management pelo INDEG/ISCTE e Licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Autónoma de Lisboa.
Mário Santos é Co-Founder e Managing Director na All United Sports, especialista em Gestão e Fidelização de Clientes, formação executiva em Marketing Digital, Mestrado Executivo em Gestão pelo INDEG/ISCTE e Licenciado em Ciências do Desporto pela Faculdade de Motricidade Humana.
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