A 4ª edição do Exercise Summit que aconteceu nos passados dias 6, 7 e 8 de Maio, reuniu em Lisboa, 400 participantes, em mais de 15 horas de palestras com os líderes e especialistas do mercado nacional e internacional, com conteúdos e debates, baseados na ciência sobre exercício físico.
Hugo Moniz, responsável pela organização, focou “a importância de juntar profissionais depois de dois anos de distância, e credenciar e reconhecer as competências dos profissionais ligados à prática de exercício físico”.
A palestra de António Palmeira, professor doutor, investigador e coordenador na Universidade Lusófona, visou sobre os 2 tipos de motivação na prática desportiva: a “mustivation” (a motivação “tenho que fazer”) e a “wantivation” (em que a pessoa se motiva pelo prazer e pela aprendizagem). Os estudos concluem que é a motivação renovável no treino que se torna mais durável e por isso mais sustentável, permitindo ao praticante compreender porque está a fazer um exercício e a ter opções que lhe permitem adaptar o treino às suas preferências.
Miguel Izquierdo, investigador e professor de biomecânica e fisiologia do exercício em Navarra, falou do papel do exercício físico nas pessoas mais velhas mostrando um dos primeiros estudos feitos em Inglaterra sobre este tema, onde se concluiu que os vendedores de bilhetes do autocarro eram mais saudáveis que os condutores, porque subiam e desciam as escadas do transporte várias vezes no num dia.
Rogério Barbosa Pereira, fisioterapeuta pós-graduado em reabilitação no desporto, apresentou estudos onde se mostra que metade da população sofre de uma doença crónica não transmissível, explicando que um programa de 15 a 20 minutos diário que inclua um plano de exercício, pode prevenir determinadas lesões.
Outros temas em destaque foram ainda:
– o treino de força e a coluna, com foco na lombalgia crónica e um olhar para a atualidade da rotação e do treino de coluna, pelo especialista em mecânica do exercício, Rui Fortuna – a importância de adaptar os exercícios de acordo com a variação no movimento de cada pessoa, e de perceber a forma como estamos a aplicar carga para não provocar a rotura, com o professor da Universidade de Évora, Orlando Fernandes.
Durante a manhã ouve ainda tempo para se debater os efeitos do Covid 19 em atletas profissionais e amadores, e olhou-se para o impacto da medicina desportiva em praticantes de exercício amadores, com a visão dos médicos Helder Dores e Rodrigo Moreira do Hospital da Luz de Lisboa.
A terminar o evento, Brad Schoenfeld, investigador norte-americano, apresentou estudos acerca da variação, da regularidade e da personalização dos exercícios num treino de força, para se obterem melhores resultados e uma aula prática com exemplos de programações de treino para otimizar resultados.
“Este é um evento que tem crescido a cada edição, mas este ano sentimos que foi acima de tudo um reencontro onde as pessoas estavam com muita vontade de se voltar a encontrar ao final destes 2 anos de afastamento. As pessoas ficaram muito satisfeitas quer pelo cartaz, quer pela organização, quer pelo nível científico, rigor e critério da seleção dos nossos convidados. Foi muito satisfatório por parte dos profissionais e também dos patrocinadores que nos deram muito apoio”, conta-nos Hugo Moniz.
A próxima edição do Exercise Summit já está marcada para 12, 13 e 14 de maio de 2023.